sexta-feira, 13 de setembro de 2013

13 de despedida

Lá se foi Vô Dunga, para mim ele era a síntese da auto estima.
Nunca se curvou ao que ninguém esperasse que ele fosse, ele sabia o que queria ser e para ele aquilo bastava.
Comigo sempre foi afetuoso, braços abertos pra um abraço morno. Eu passava sempre na correria, ele me perguntava como andava a vida.
Ele te achou um menino forte filho, e bem parecido com os Sedlmayer's, aliás, todo mundo encontra um pouco de si em você.
Imagino que a despedida dele esteja sendo dolorosa pra Vovó Irene, não só por saudade, mas pela lembrança de tudo que foi vivido, bom e ruim, e que morre ali.
Se eu tivesse como ir ao velório, ficaria chorosa. Velórios agora me trazem lembranças das minhas horas de Falta, em que eu tentava imprimir no rosto um sorriso rasgado, para que quem me visse compreendesse: - Não vou morrer também.
Queria aceitar que enterro não é despedida, é celebração, ritual desnecessário para quem vai, significativo para quem fica. É sim, no confronto com a morte que a vida encontra sentido.
Despedindo de uns e recebendo outros é que a gente vai caminhando.
Necessário é saber que vivemos com o que recebemos, mas marcamos a vida com o que damos.
Vô Dunga fica guardado, no abraço cativo em mim.






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