É impossível escrever aqui e não me emocionar. Um misto de alegria e tristeza, um orgulho enorme por ter você e ao mesmo tempo um vazio pela falta de um dos protoganistas dessa história. Um dia você vai entender Alfredo, como hoje meu coração aperta ao vê-lo conquistar seus movimentos e independência e não ter mais o olhar cúmplice de seu pai para dividir esse orgulho. E era assim que nós dois nos entendíamos, bastava um olhar pra explodir em risada, fazer as pazes e até mesmo desentender feio.. Essa empatia toda é privilégio de quem passou todo o namoro divindo seu amor com o palco todos as quintas, sextas e sábados a noite, como não existia tempo sobrando pra conversas e encontros, o jeito era esse mesmo e era bom demais.Tenho urgência em colocar aqui sua evolução durante esses quatro meses que passamos nos refazendo. Eu e você, agora cúmplices, e continuando uma história linda.
Essa noite que se passou, você pela segunda vez em 7 meses chorou convulsivamente a noite toda, a primeira seu pai estava comigo, era noite de sábado pra domingo (15 de out/2011), vovó Gilda e Vovô Netinho estavam em casa nos visitando, nós dois passamos a noite inteira na sala com você chorando, ora seu pai te segurava, ora eu.. Nós ríamos da situação, apesar de tensa.. era nossa escolha e estavámos extremamente felizes. O dia amanheceu, seu pai levou seus avós pra rodoviária e voltou pra casa, nos dividimos o dia todo, entre quem durmia e quem cuidava de você.
Essa noite passada enquanto você acordava chorando eu chorei junto.. feito um bebê, como você. Mas eu não chorava de fome, nem manha, nem birra. Era saudade mesmo, a partida de quem a gente ama, quando se tem tanto pra dividir, dói tanto, mas tanto.. e o pior, não tem cura!!
Voltando a você, tão pequenino, e com uma grande missão: Ocupar todo meu tempo. Você não é um bebê convencional, rsrsr... Nunca engasgou, nem gofou. Não mama mamadeira e desde os 4 meses de vida come tudo na colherzinha e bebe água no copinho. Claro que pra chegar nesse estágio foram várias tentativas de todas as formas de te alimentar, mingau na seringa, todos os bicos de mamadeira possíveis, até descobrir que você comia bem se eu te colocasse na frente da Galinha Pintadinha, na cadeirinha que a Santa Raquel (amiga da mamãe) te deu, e fizesse uma gororoba de Nan com mucilon, acrescido de muita criatividade pra colocar a gororoba "guela abaixo".
Nós dois fomos muito fortes viu?! Suportamos juntos a incerteza, a ausência, a dor, e a tristeza. Nada disso passou, mas não tivemos sequelas emocionais até aqui, meu leite não secou, você ainda mama e mamou enquanto quis, e até agora não teve nem resfriado, com seis meses ja arrastou pra todo lado.
Desde que ganhou a cadeirinha gourmet da vovó Gilda faz todas as refeições à mesa conosco e já come tudo. Dá trabalho como um bebê de verdade, mas se parece mesmo com um homenzinho.