domingo, 28 de outubro de 2012

O tempo e a falta

Em 2011 perdi o amor da minha vida, e ganhei outro amor na minha vida. Você Alfredo, me mostra todos os dias o que é o amor, de novo. Eu percebi, que meu amor pelo seu pai cresce a medida que eu o reencontro, pelas histórias dos outros. E à medida que conheço você, filho.
Assim nossa história continua.
Exatamente há um ano atrás, vivi o dia mais tumultuado da minha vida, foram horas de buscas.. ansiedade,  medo.. você pequeno, eu sozinha, e tudo desmoronando ao meu redor. Um dia te conto com detalhes.
Em 27 de outubro de 2011 escrevi nesse blog sobre a nossa comemoração dos seus três meses, escrevi o que sentia naquele dia, a alegria de ser sua mãe, ele leu.. me disse que tava lindo, nunca mais nos falamos.
Lembro da sensação de que eu não ia dar conta. De que tudo ia perder o sentido, a cor, o som. Lembro do instrumental de Satisfaction dos Rolling Baby, trilhando minha tristeza. E um medo de não achar motivo pra sorrir de novo. Mas me lembro que nem pensei em desistir, hoje me espanto com isso. Lembro disso como se tivesse sido ontem.
Lembro então o que era ser completa.
Hoje, convivo com um silêncio insuportável e a música alegre da sua risada. Eu me lembro, todos os dias, de agradecer a você filho, por trazer seu pai de novo em minha vida. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Triste verdade

Quando a morte acontece, até que a gente se acostume, ela se repete muitas vezes. Ao acordar, no outro dia, lá está ela. A cada lembrança, outra morte. E a morte vem de novo, de novo.. de novo, outra vez. Até que um dia ela morra de fato, mas isso demora.

sábado, 13 de outubro de 2012

O fim.. do Fim de semana!!

E  termina assim o fim de semana.. Pensando como teria sido!!
Não se preocupe meu pequeno Alfredo, eu não vivo o tempo todo lamentando não tê-lo mais comigo. Mas é inevitável, minha sintonia ainda está estacionada na Estação Primeira.. dele.
Tudo é nostalgia.. tudo é vontade de um último.
Um último abraço, um último beijo, um último telefonema, um último show, dele e de qualquer um, desde que juntos.
Pela primeira vez consultei agendas de show do Brasil, hoje, dia 13/10/2012, poderíamos ter ido ao Vivo Rio assistir Marillion, ou quem sabe, ver a Taryn Spilmann no GV Jazz Festival.
Tínhamos fôlego viu.. pra ir atrás do que era bom de se curtir.
Ele foi a melhor companhia do mundo, sempre pronto, sempre feliz!!
Lá se vai o fim de semana..
Ao menos, eu to percebendo, novamente, os fins de semana chegarem.

domingo, 7 de outubro de 2012

O gosto da Saudade

Saudade, Alfredo, é uma palavra conhecida apenas em Português e Galego, ironia dela, muita gente chamava seu pai de Galego, e hoje eu chamo seu pai de Saudade.
Saudade nem devia existir.. em língua nenhuma.
Ela dói.
Faz seu coração parar.. te empurra pra mais crua solidão, te impõe o limite da distância, com generosa pitada de falta. Amarga a saliva constatar sua impotência diante da perda.
Nem adianta o Amor tentar adoçar a Saudade.
O fel da dor que ela produz, sufoca qualquer poesia, te arrebata pra melancolia.. te faz sentir a ausência, como se fosse presença, a todo momento cutucando a ferida.
Saudade, devia ser uma porta trancada, cujo segredo fosse a verdade da Falta, e se abrisse de novo o sorriso daquele que te levou a vida.