segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Nem tão ele... Nem tão eu

Curiosa pra saber como você será Alfredo.
Se vai tomar coca-cola, ou suco natural.
Vai dormir até quando a cama te expulsar, ou pular dela bem cedo.
Se vai gostar de comida leve, ou chumbo grosso.
Vai fazer exercício físico, ou preferir exercitar as sobrancelhas (brincadeira do seu pai pra justificar a falta de vontade de correr comigo).
Vai preferir se refazer de um tombo recolhendo-se, ou gritando alto pro mundo.
Essa era uma das grandes diferenças entre eu e seu pai.
Quando estava chateado, ele  ficava eufórico. As poucas vezes que terminamos o namoro, eu sabia o quanto aquele Pavão estava magoado pela intensidade das cores que enfeitava sua cauda. Impressionante como era previsível, sempre baixava a crista, mas só depois de se exibir bastante.
Eu sou muito diferente, é no silêncio que me (re)encontro. Escondida do mundo, é que eu me acho. Bem longe do que todos esperam que eu seja é que eu me sinto mais viva, mais eu, em paz com o que eu sou.
Concordo que é muito melhor desperdiçar sorrisos do que lágrimas. Não vale a pena ficar fuçando tristeza,  buscando motivo pra não sorrir.
Tomara que você saiba ser um equilíbrio entre os dois extremos. Ser um Pavão tem suas vantagens... e a solidão quando é uma escolha, também pode ser bem bonita.


Nenhum comentário:

Postar um comentário